quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal dos Catadores: Presidente afirma: "Os catadores serão incorporados ao sistema produtivo do país"

O presidente da República, Lula, pelo sétimo ano consecutivo, encontrou-se com catadores de materiais recicláveis e movimentos de pessoas em situação de rua para a celebração de Natal, além de ouvir reivindicações do setor.

Anunciou que o governo irá criar um conjunto de ações e políticas públicas que busquem com que as cooperativas de catadores sejam incorporadas ao "sistema produtivo nacional". Trazendo benefícios para as empresas que comprarem das cooperativas de reciclagem, fortalecendo na prática o contrato social dessas cooperativas. Enfraquecendo de forma considerável o papel do "atravessador". Valorizando o trabalho desenvolvido por milhares de catadores que na prática fazem a promoção da reciclagem e do meio ambiente.


Essas ações que buscam fortalecer as cadeias produtivas solidárias, no ramo da reciclagem é um passo fundamental na inclusão através da promoção do trabalho digno desses trabalhadores e trabalhadoras que durante décadas foram mal vistos e viviam na "invisibilidade social".

Compromissos do Presidente com as cooperativas de reciclagem e com os moradores em situação de Rua:

1. Decidiu-se reconhecer formalmente a atividade de catador de material recliclável, incluindo-a no “sistema produtivo do país”.

2. O governo concederá incentivo fiscal (crédito de IPI) às indústrias que comprarem material reciclável das cooperativas de catadores de rua em todo Brasil.

3. Anunciou-se a criação de uma “política nacional para os moradores de rua. Será coordenada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, vinculada a Lula.

4. Lula informou que o governo converterá imóveis desocupados da União em moradias populares. Falou em 25 prédios. Coisa de R$ 20 milhões.


Veja o vídeo em que Lula se compromete com as Cooperativas de Reciclagem:


FSM, 10 Anos - Oded Grajew


Fórum Social Mundial, 10 anos

Oded Grajew

No ano 2000, o neoliberalismo estava no seu auge. Dizia-se até que havíamos chegado ao fim da história. Teríamos encontrado o modelo ideal de sociedade, em que as forças do mercado, liberadas de qualquer controle governamental ou social, levariam o mundo à prosperidade, ao bem-estar e à paz.

O Fórum Econômico Mundial, o grande propulsor dessa ideologia, acolhia o ex-presidente argentino Carlos Menem com todas as honras e elegia suas políticas como exemplares a serem seguidas por todos os países em desenvolvimento. Os críticos do modelo eram tratados como retrógrados que só sabem criticar, sem apresentar propostas alternativas.

Foi nesse ambiente que tive a ideia de criar o Fórum Social Mundial (FSM) para, em contrapartida ao Fórum Econômico Mundial, denunciar os enormes riscos que o neoliberalismo representava para a humanidade, dar visibilidade a propostas alternativas e criar um espaço auto-organizado em que a sociedade civil, em nível local e global, pudesse se encontrar, promover atividades e se articular, ganhando força política e social para empreender suas ações.

Graças ao empenho de um grupo de militantes e organizações brasileiras e internacionais e com o apoio dos governos de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, viabilizou-se na capital gaúcha, em janeiro de 2001, o primeiro encontro mundial.

De lá para cá, muita coisa aconteceu. As sucessivas crises econômicas, a proliferação de guerras e conflitos, o aumento da concentração de renda e da desigualdade social e a degradação ambiental fizeram ruir a crença na ideologia neoliberal.

O lema adotado no FSM, “um outro mundo é possível”, encheu de esperança milhões de pessoas que, movidas pelo desejo de mudança, conseguiram alterar o quadro político de muitos países, a começar pela América Latina e, recentemente, nos EUA.

A metodologia adotada no FSM propiciou a todas as organizações e pessoas que comungam com a carta de princípios a oportunidade de organizar livremente suas atividades e poder se juntar aos que se dispõem a declarações e ações conjuntas.

A promoção da diversidade, um dos pilares da carta de princípios, fez cada organização e cada cidadão se sentir valorizado. Ninguém é mais importante que o outro, nenhum tema tem a precedência. O “outro mundo possível”, onde a solidariedade e a cooperação superam a competição e o conflito, foi aplicado na nossa metodologia.

Foi assim que o FSM ganhou o mundo. Fóruns globais e inúmeros fóruns locais, nacionais, continentais e temáticos se espalharam em todos os continentes.

Organizações sociais aproveitaram o espaço aberto e a metodologia para formar parcerias e criar redes, o que viabilizou inúmeras iniciativas políticas, sociais e ambientais. Os encontros, os fóruns, se tornaram momentos dentro de um amplo processo, o processo FSM, que se desdobra ao longo dos dias anteriores e posteriores aos eventos.

Para celebrar os dez anos do FSM, um grupo de organizações que participaram desde o início teve a ideia de realizar, em janeiro de 2010, um grande encontro para uma reflexão sobre essa última década, mas, principalmente, para elaborar propostas para o futuro do processo. Nada seria mais simbólico do que voltar ao berço do primeiro fórum: Porto Alegre.

Das conversas com as organizações sociais locais, que foram fundamentais na realização dos primeiros fóruns, nasceu a ideia de envolver as cidades da Grande Porto Alegre na realização do evento.

Foi assim que nasceu o Fórum Social 10 Anos, a ser realizado de 25 a 29 de janeiro de 2010 nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Campo Bom, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga e Sapucaia do Sul. Além das atividades auto-organizadas que serão realizadas nessas cidades, haverá um grande seminário internacional que juntará lideranças sociais e políticas numa reflexão sobre o processo FSM.

Em 2000, o nosso desafio era desmistificar e denunciar o modelo neoliberal, mostrando que “um outro mundo é possível”. Em 2010, diante das reais e graves ameaças representadas pelo nosso modelo de produção e consumo, pela imperiosa necessidade de implementarmos um desenvolvimento justo e sustentável, “um outro mundo possível” se torna cada vez mais “necessário e urgente”. Esse é o desafio que está sendo colocado para nós e para todos os que estarão na Grande Porto Alegre durante o Fórum Social 10 Anos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Assembléia dos Movimentos Sociais - FSM Madrid 2010


Do blog: Os FSM's são espaços de articulação de iniciativas, organizações e pessoas que buscam construir um Outro Mundo uma Outra Economia! Em janeiro de 2010 em diversos países ocorrerão Fóruns Sociais Mundiais e em Santa Maria no RS ocorrerá o I Fórum Social e a I Feira Mundial de ECOSOL. Em todos ocorrerão espaços de articulação de Redes, Coordenações e Assembléia dos Movimentos Sociais. No FSM de Madrid tem se articulado de forma demcrática e plural a construção da Assembléia dos Movimentos Sociais (veja a matéria abaixo).


Leia a Matéria: I Fórum Social de ECOSOL e a Assembléia dos Movimentos Sociais - FSM 10 Anos


A Assembléia dos Movimentos Sociais no FSM de Madrid



A Assembléia dos Movimentos Sociais esta se constituindo em Madrid por um grupo amplo de coletivos que, ao calor das edições do Fórum Social Mundial – ocorridas de forma descentralizada em Madrid – foi dado uma série de passos para avnçar em um processo de trabalho em rede. A partir desse trabalho em comum foi constatado o compartilhamento de três critérios fundamentais:

1. Rechaço ao atual sistema econômico, político e ambiental, com suas sequelas de: exploração, racismo, sexismo e destruição do planeta, e a busca e colocar em prática processos, ações e formas alternativas;

2. A horizontalidade na forma de funcionamento, trabalhando desde as bases até nossos coletivos;

3. O convencimento de que é necessário aglutinar esforços e convergir ações desde o respeito e valorização da diversidade existente entre nós, que trataremos de conjugar com flexibilidade.

Durante esse processo de constituição formal da Assembléia dos Movimentos Sociais do Fórum Social Mundial – Madrid estamos convidando a todos os coletivos de nossa Comunidade Autonôma – que compartilhem dos três critérios acima mencionados – a aderir a essa proposta.

Coletivos e organizações que aderiram ao Processo de Articulação e que por tanto são membros da Assembléia dos Movimentos Sociais:

  1. Acera del Frente
  2. ACSUR Las Segovias
  3. Asamblea feminista de Madrid
  4. Asamblea Social de Rivas
  5. Asociación Chaka de Apoyo Humano a Mozambique
  6. Asociación de Vecinos La Flor
  7. Asociación por la Memoria Histórica del PTE y de la JGRE
  8. ATTAC-Catalunya
  9. ATTAC-Madrid
  10. CasaPueblos
  11. CEDEHU (Centro de derechos humanos)
  12. Centro de Documentación sobre Zapatismo - Cedoz
  13. Colectivo de Refugiados Colombianos en España (COLREFE)
  14. Comité de Solidaridad con el África Negra
  15. Conciencia Saharaui
  16. Confederación General del Trabajo (CGT)
  17. Cristianos de Base
  18. El Faro Crítico
  19. En Lucha
  20. Foro Social de la Sierra de Guadarrama
  21. Globalízate
  22. GREFA
  23. Iniciativa por la Soberanía Alimentaria de Madrid
  24. Izquierda Anticapitalista
  25. La Traviesa
  26. Médicos del Mundo (Com.Madrid)
  27. Movimiento Asambleario de Trabajadores/as de Sanidad (MATS)
  28. Mundo Sin Guerra
  29. Partido Humanista
  30. Plataforma de apoyo político al pueblo saharaui
  31. Plataforma por la Vivienda Digna
  32. Platforma Solidaria con Chiapas
  33. ¿Quién Debe a Quién?
  34. Radio Vallecas
  35. Red por la Democratización Global (NIGD)
  36. Sindicato de Trabajadores de la Enseñanza de Madrid STEM
  37. UJCE
  38. Unión de Radios Libres y Comunitarias de Madrid (URCM)
  39. Veterinarios Sin Fronteras
  40. Viento Sur

Conheça a Página de Fotos do FSM Madrid

Página do FSM Madrid

sábado, 19 de dezembro de 2009

Lições da COP-15 - Vida, Terra ou Lucro?


É a treva: rumo ao desastre

Leonardo Boff

Uma jovem e talentosa atriz de uma novela muito popular, Beatriz Drumond, sempre que fracassam seus planos, usa o bordão:”É a treva”. Não me vem à mente outra expressão ao assistir o melancólico desfecho da COP 15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague: é a treva! Sim, a humanidade penetrou numa zona de treva e de horror. Estamos indo ao encontro do desastre. Anos de preparação, dez dias de discussão, a presença dos principais líderes políticos do mundo não foram suficientes para espancar a treva mediante um acordo consensuado de redução de gases de efeito estufa que impedisse chegar a dois graus Celsius. Ultrapassado esse nível e beirando os três graus, o clima não seria mais controlável e estaríamos entregues à lógica do caos destrutivo, ameaçando a biodiversidade e dizimando milhões e milhões de pessoas.

O Presidente Lula, em sua intervenção no dia mesmo do encerramento, 18 de dezembro, foi a único a dizer a verdade:”faltou-nos inteligência” porque os poderosos preferiram barganhar vantagens a salvar a vida da Terra e os seres humanos.

Duas lições se podem tirar do fracasso em Copenhague: a primeira é a consciência coletiva de que o aquecimento é um fato irreversível, do qual todos somos responsáveis, mas principalmente os paises ricos. E que agora somos também responsáveis, cada um em sua medida, do controle do aquecimento para que não seja catastrófico para a natureza e para a humanidade. A consciência da humanidade nunca mais será a mesma depois de Copenhague. Se houve essa consciência coletiva, por que não se chegou a nenhum consenso acerca das medidas de controle das mudanças climáticas?

Aqui surge a segunda lição que importa tirar da COP 15 de Copenhague: o grande vilão é o sistema do capital com sua correspondente cultura consumista. Enquanto mantivermos o sistema capitalista mundialmente articulado será impossível um consenso que coloque no centro a vida, a humanidade e a Terra e se tomar medidas para preservá-las. Para ele centralidade possui o lucro, a acumulação privada e o aumento de poder de competição. Há muito tempo que distorceu a natureza da economia como técnica e arte de produção dos bens necessários à vida. Ele a transformou numa brutal técnica de criação de riqueza por si mesma sem qualquer outra consideração. Essa riqueza nem sequer é para ser desfrutada mas para produzir mais riqueza ainda, numa lógica obsessiva e sem freios.

Por isso que ecologia e capitalismo se negam frontalmente. Não há acordo possível.O discurso ecológico procura o equilíbrio de todos os fatores, a sinergia com a natureza e o espírito de cooperação. O capitalismo rompe com o equilíbrio ao sobrepor-se à natureza, estabelece uma competição feroz entre todos e pretende tirar tudo da Terra, até que ela não consiga se reproduzir. Se ele assume o discurso ecológico é para ter ganhos com ele.

Ademais, o capitalismo é incompatível com a vida. A vida pede cuidado e cooperação. O capitalismo sacrifica vidas, cria trabalhadores que são verdadeiros escravos “pro tempore” e pratica trabalho infantil em vários paises.

Os negociadores e os lideres políticos em Copenhague ficaram reféns deste sistema. Esse barganha, quer ter lucros, não hesita em pôr em risco o futuro da vida. Sua tendência é autosuicidária. Que acordo poderá haver entre os lobos e os cordeiros, quer dizer, entre a natureza que grita por respeito e os que a devastam sem piedade?

Por isso, quem entende a lógica do capital, não se surpreende com o fracasso da COP 15 em Copenhague. O único que ergueu a voz, solitária, como um “louco” numa sociedade de “sábios”, foi o presidente Evo Morales: “Ou superamos o capitalismo ou ele destruirá a Mãe Terra”.

Gostemos ou não gostemos, esta é a pura verdade. Copenhague tirou a máscara do capitalismo, incapaz de fazer consensos porque pouco lhe importa a vida e a Terra mas antes as vantagens e os lucros materiais.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Adquira UVAS Orgânicas a um Preço Justo!

MST colhe 40 toneladas de uva orgânica em São Paulo

Resultado da colheita de uma grande safra plantada nas comunas da Região da Grande São Paulo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra promove, a partir desta quinta-feira (17/12), a venda de cerca de quarenta toneladas de uvas Niágara e Santa Isabel, produzidas organicamente. A meta é levar a fruta à mesa dos trabalhadores a um preço justo.

Por isso, juntamos centenas de trabalhadores e trabalhadoras sem emprego e sem moradia e construímos as Comunas na região da Grande São Paulo. Aqui, edificamos nossas casas, semeamos o chão e colhemos os alimentos necessários para nossas famílias.

Decidimos proteger a vida na natureza como protegemos nossas próprias vidas. Não usaremos veneno e nenhum tipo de produtos químicos na terra e nos alimentos. O adubo deve ser o que a natureza produz.

É este o resultado da luta dos trabalhadores e trabalhadoras.

Preços:

Caixa 5 quilos - R$ 18,00

(Preço especial para quem comprar acima de 20 caixas)

Vinho doce e seco - R$ 5,00

Endereços:

Ay Carmela: Rua das Carmelitas, nº 140, Metrô Sé, Centro de São Paulo.
Horário: segunda a sexta, das 10h às 18h.

Bar Lua Nova: Rua 13 de Maio, nº 540, Bela Vista
Horário: quarta a sábado, após as 18h.

Nunca Fecha de Diadema: Rua Paraguay, 309, Jardim das Nações, Diadema
Telefone: (11) 4075-3307
Horário: 8h às 20h e domingo até 13h. A partir de 19/12.

Por ganância e pelo lucro roubaram o pouco que tínhamos; roubaram nossa terra, tiraram nosso trabalho e expulsaram-nos de nossa moradia. Mas não foi o fim.

Não perdemos nossa disposição de lutar por uma vida digna. Não perdemos nossa capacidade de produzir para alimentar nossos filhos. Não perdemos nossa criatividade. Não perdemos nossa alegria. Não perdemos a solidariedade de classe.

Página do MST: www.mst.org.br

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Em Copenhague trabalhadores defendem a criação de uma "economia para os povos"

Evento da CSA em Copenhague defende criação da "economia para os povos"


O pavilhão do Mundo do Trabalho,na sede de LO Denmark, onde estão reunidos sindicalistas de todo o mundo, foi o cenário do painel “Justiça Social e climática: criando uma economia para os povos e o meio ambiente”, promovido pela Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA) no dia 15 de dezembro.

As principais questões propostas para reflexão tinham um olhar amplo, para além dos resultados imediatos da COP15 e buscavam estimular o debate sobre temas como: Quais são os elementos chaves para o desenvolvimento sustentável nas regiões? Quem vai pagar a dívida social e climática? Como criar justiça social e climática? Foram convidados atores de diferentes áreas para compartilhar seus pontos de vista com contribuições para uma transição justa.

Cristián Méndez, representante da Plataforma Camponesa Boliviana, demarcou as diferentes concepções que têm latino-americanos e europeus sobre o modelo de desenvolvimento. “Nós somos camponeses, porém seguimos vivendo como povos originários, nunca saímos do nosso território. Muito nos tem afetado o modo de desenvolvimento capitalista sobre o nosso modo de vida, orientado para o bem viver em harmonia com a natureza. O camponês europeu tem uma concepção muito diferente da do sul”.

O secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil, João Felício, recordou que hoje na América do Sul se vive um momento importante de consolidação democrática com governos progressistas, o que facilita as iniciativas de integração regional e desenvolvimento sustentável, em meio a um contexto de fortes disputas e interesses. “Devemos ter clareza sobre a disputa existente entre o agronegócio devastador (soja, etanol, pecuária) e a agricultura familiar geradora de emprego. No plano da segurança regional, não podemos tolerar as bases militares dos Estados Unidos na Colômbia”. Finalmente, Felício avaliou como importante a atuação da CSA em termos de unidade e coordenação de políticas sindicais na região.

Para a Confederação Europeia de Sindicatos (CES), Joel Decaillon enfatizou as dificuldades em passar de um modelo de desenvolvimento sujo a um modelo limpo e renovável. “Uma questão chave é combinar o combate às mudanças climáticas com a geração de emprego e seguridades social. Uma mudança radical no modelo econômico e industrial é necessário, porém aí se dá também a luta com o capital financeiro. Há urgência na criação de novas alianças sindicais com outros setores sociais e, ao mesmo tempo, de não permitirmos a competição entre os trabalhadores de uma mesma região, segundo a lógica perversa do dumping social. Devemos impulsionar a solidariedade”.


IPEA faz uma radiografia do SUS no Brasil

Mapeamento da presença do Estado revela carências

Foto: Assessoria de Imprensa da Caixa

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta terça-feira (15), em São Paulo, o estudo Presença do Estado no Brasil: Federação, suas Unidades e Municipalidades. Com base em dados de ministérios e do IBGE, a publicação permite conhecer os municípios, estados e regiões mais carentes em áreas como educação, saúde, segurança pública e previdência social. O documento foi explicado pelo presidente do Instituto, Marcio Pochmann.


Saúde

O objetivo do estudo realizado pelo Ipea é analisar a presença ou ausência do Estado em diferentes localidades do território nacional. O trabalho foi complexo, pois as informações se encontravam disseminadas em diferentes órgãos públicos. Em relação à saúde, a compilação dos dados levou o Instituto a concluir que 1.875 municípios não têm estabelecimento de internação ligado ao Sistema Único de Saúde, e apenas Paraíso (SP) e Mimoso (GO) não possuem, atualmente, estabelecimento ambulatorial do SUS.

Os serviços de vigilância epidemiológica e sanitária são mais preocupantes, pois 2.780 municípios estão sem cobertura pública nessa área. O atendimento por parte de médicos do serviço público ainda não está universalizado: 7,7% dos municípios não têm esse tipo de profissional. O levantamento completo, de todas as áreas, pode ser acessado pelo site do Ipea. A apresentação do estudo foi feita na Superintendência Regional da Caixa Econômica no bairro de Santana, em São Paulo (Rua Voluntários da Pátria, 1512, 3º andar).


Alguns dados:


O estudo, feito com base em dados levantados junto aos ministérios e ao IBGE, traz uma radiografia completa das regiões do país mais carentes em áreas como educação, saúde, segurança pública e previdência. Por ele se conclui, por exemplo, que 1.875 municípios brasileiros (33,5% do total de municípios do país) não têm instituição conveniada com o SUS para internação de pacientes. Em 1.867 destes tampouco há serviços de atendimento de urgência ligados ao Sistema.

Surpreendentemente a região mais desenvolvida do país, a Sudeste, concentra a maioria dessas cidades, 31,7%; Nordeste, 29%; Sul, 24,2%; Centro-Oeste, 9,2%; e o Norte 5,9%. Outro dado preocupante da pesquisa nessa parte do SUS: em 428 municípios do país não há médicos que atendem pelo Sistema.

Leia a íntegra do estudo

Veja a apresentação sobre a pesquisa

Carta aos Fóruns de Economia Solidária



IX Reunião da Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária

Goiânia/GO, 13 a 15 de dezembro de 2009

A Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, reunida entre os dias 13 e 15 de dezembro de 2009 em Goiânia/GO para a sua IX Reunião Nacional, reafirma o seu compromisso com o fortalecimento do movimento de Economia Solidária no país e na proposição e avaliação de políticas públicas federais, estaduais e municipais de ES.

A conjuntura atual pode ser lida de diversas maneiras, pluralidade esta de leituras que advém da diversidade das atrizes e dos atores do movimento de Economia Solidária. 2010 é um ano eleitoral diferenciado, que fecha o ciclo de 8 anos do governo Lula, ciclo este em que houve avanços consideráveis da Economia Solidária através de programas em diversos ministérios, secretarias, o que atesta a transversalidade do tema e da conquista da criação da SENAES, mas por outro lado e de forma contraditória o modelo de desenvolvimento não foi estruturalmente alterado: houve fortalecimento dos programas sociais por um lado, e aumento da concentração de riqueza, financeirização e fortalecimento de grandes empresas em alguns setores sem levar em conta a dimensão ambiental e o respeito às culturas tradicionais nos territórios, mesmo com uma discreta desconcentração na renda familiar.

A crise do capitalismo perdura, sendo a crise financeira apenas mais um dos indicadores deste processo, mas ao mesmo tempo os movimentos sociais vivem ainda uma dificuldade grande de mobilização, proposição e crítica ao atual modelo e ao governo, o que se caracteriza também como uma crise organizativa. O Movimento de Economia Solidária também apresenta esta dificuldade. Apesar da articulação de nosso campo na luta pela alteração e aprovação das leis geral e específicas do cooperativismo e a regulamentação do repasse à sociedade civil, não conseguimos construir uma ação mais ampla de mobilização.

A situação da sustentabilidade econômica do FBES e dos FEESs foi também bastante desafiadora: em diversos momentos ao longo do ano houve dificuldades até mesmo para manter a equipe da Secretaria Executiva e a realização das reuniões presenciais da Coordenação Executiva. Neste sentido, conclamamos cada Fórum Estadual, Entidade Nacional do FBES e a Rede de Gestores a fazer uma reflexão sobre a sustentabildade e autonomia do movimento, buscando aprofundar o debate desta que é uma das 6 linhas de ação estratégicas do FBES para o triênio 2009-2011. Em caráter emergencial, deliberamos que cada Fórum Estadual, Entidade Nacional da Coordenação Nacional do FBES e a Rede de Gestores, façam uma contribuição mensal para o FBES de forma a garantir o seu funcionamento, a partir de janeiro de 2010.

Mesmo com estas dificuldades, o FBES realizou uma quantidade muito grande de ações e teve muitas conquistas, além de ter crescido e se fortalecido em âmbito nacional. A Economia Solidária também continua crescendo e se intensificando a cada dia, o que exige dos Fóruns uma maior articulação, capilarização e interiorização.

O ano de 2010 tem em seu horizonte um panorama de oportunidades únicas conjugadas num mesmo período, que favorecerão a mobilização do movimento de Economia Solidária e diálogo com a sociedade e outros movimentos, organizações e redes:

A II Conferência Nacional de Economia Solidária ocorre em junho de 2010, e tem como tema o direito a formas de organização econômicas baseadas na autogestão e cooperação;

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010 tem como tema “Economia e Vida”, e já incorpora em seu material a cartilha da Economia Solidária;

A Campanha do Consumo Responsável tem encontrado fortes ecos em vários espaços e movimentos, e se apresenta como um caminho de diálogo direto com a sociedade brasileira;

O Fórum Social de Economia Solidária, em janeiro de 2010 em Santa Maria/RS, será um momento de construção coletiva de um amplo balanço da Economia Solidária nos últimos 10 anos nacional e internacionalmente, com uma pauta de convergência latinoamericana;

Os vários programas e leis de Economia Solidária em andamento ampliam o leque de ações, como feiras locais e processos formativos;

A regulamentação do Programa Nacional de Alimentação Escolar que obriga a aquisição pelas prefeituras e governos estaduais de pelo menos 30% da merenda da Agricultura Familiar conclama os fóruns estaduais e municipais a se envolverem nesta organização econômica dos empreendimentos e na relação campo-cidade.

Estas oportunidades também abrem um grande campo de desafios aos Fóruns Municipais, Microrregionais, Estaduais e Nacional de Economia Solidária para dar conta das agendas que estão se construindo com a qualidade política que será necessária.

A realidade da Economia Solidária em cada estado e cada região é muito diversa: há fóruns que se fortaleceram neste último ano, os que estão em processo de reestruturação, os que estão se capilarizando, os que se enfraqueceram ou aqueles nos quais as entidades de assessoria estão fragilizadas ou não têm suficiente compromisso com o movimento.

Apesar deste mosaico de realidades, é consensual a necessidade de fortalecer processos formativos no sentido de aumentar a politização de nossa base, a partir das práticas locais dos empreendimentos, apontando com criatividade e capacidade de proposição alternativas para a sociedade e junto a outras atrizes e atores. As bases organizativas do FBES precisam ser fortalecidas, pois há fragilidades na relação entre os Fóruns Locais e a Coordenação Nacional e Executiva do FBES que precisam ser superadas de forma diversa e criativa. Neste sentido, são eixos centrais o fortalecimento dos empreendimentos de economia solidária, não só politicamente mas também economicamente, para cada vez mais mostrar que “outra economia é possível”, e também a sustentabildade e autonomia da organização dos fóruns em seus vários níveis, do local ao nacional. É preciso apostarmos na incorporação da autogestão não apenas no campo econômico mas também na cultura e na forma de fazer política, para não repetir os mesmos métodos centralizadores e verticalizados tradicionais.

Estes avanços não correrão apenas por nossas ações diretas: a conquista de políticas públicas de fomento, tanto no campo das compras institucionais como no de direitos, tributário, de finanças solidárias e fiscal são condições estruturantes para esta meta. Outra condição é a aproximação junto a outros movimentos sociais que partilham lutas comuns como os movimentos da Agroecologia, das Mulheres, da Agricultura Familiar, da Segurança e Soberania Alimentar, dos Sem Terra, dos Catadores, dos Povos e Comunidades Tradicionais, entre outros.

A Coordenação Nacional do FBES conclama, portanto, o conjunto de atrizes e atores que atuam na Economia Solidária a se articular em torno dos Fóruns Locais num grande processo de mobilização local e nacional, aproveitando este momento especial para mostrarmos a nossa cara e manifestarmos nossas propostas de mudanças do modelo de desenvolvimento do país a partir de nossas práticas.

Com relação à II Conferência Nacional de Economia Solidária, a Coordenação Nacional do FBES deliberou por focar sua ação nas seguintes frentes:

Apropriação pela base, e a aprovação, de uma lei geral de institucionalização da política de reconhecimento e fomento à Economia Solidária. Neste sentido, iniciamos desde já a Campanha de um milhão e meio de assinaturas em prol de um projeto de lei de iniciativa popular para a Economia Solidária;

Pautar o processo eleitoral (e não o contrário) com proposições de políticas integradas de Economia Solidária e apresentação de um balanço do movimento sobre os programas governamentais existentes. Construir propostas que representam o modelo de desenvolvimento que defendemos e agregam outros modelos, tendo como eixo o debate do trabalho associado e da produção coletiva, que permitem a aproximação com outros movimentos sociais que têm isso como pano de fundo;

Diálogo com a sociedade e com outros movimentos e organizações sociais a partir da Campanha do Consumo Responsável;

Discutir o melhor lugar institucional para a gestão da Política Pública de Economia Solidária no governo federal;

Realização de ações de formação política (caravanas, debates, seminários, grupos de estudos, etc) para a transformação social, para a articulação enquanto classe trabalhadora e para a apropriação das bandeiras do movimento.

A Coordenação Nacional do FBES deliberou também a expectativa de atingir os seguintes resultados em 2010:

Garantir o fortalecimento político dos empreendimentos, avançando no seu reconhecimento enquanto classe trabalhadora;

Crescer enquanto FBES, através do fortalecimento dos fóruns estaduais

Pautar a Economia Solidária como condição de bem-viver e como projeto de desenvolvimento nacional. Temos que fazer a disputa de projeto;

Caravana como estratégia de mobilização e sinergia – jeito de fazer;

Avançar em indicadores para avaliação do fortalecimento dos FEESs com ênfase na melhoria econômica dos empreendimentos;

Colocar a Economia Solidária no centro das agendas de desenvolvimento nacional, construindo metodologias e estratégias deste debate ser apropriado pelos Fóruns local, regional e nacionalmente.

A agenda de 2010 contempla as seguintes atividades:

Fórum Social de Economia Solidária, de 22 a 29 de janeiro de 2010

- organizar caravana por fórum estadual de economia solidária

- realizar as inscrições até dia 24 de dezembro de 2009

- preparar análise de conjuntura por fórum estadual/redes para a Assembléia Intercontinental de Economia Solidária do dia 24 de janeiro

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010, de 17 de fevereiro a 02 de abril de 2010

- divulgar e participar das capacitações do CONIC

- mobilização na coleta de assinaturas para o projeto de Lei Geral da Economia Solidária

- divulgar a cartilha da economia solidária da Campanha da Fraternidade

- mobilização para coleta da solidariedade que será realizada no dia 28 de março de 2010

- mobilização para envio de projetos para o Fundo Nacional Solidária

Campanha do Consumo Consciente

- informar e discutir nos fóruns estaduais a idéia e desenho da campanha

- articular as agendas dos movimentos sociais e entidades envolvidos na campanha

- mobilizar para participar no seminário, organizado pelo FBES e FBSSAN a ocorrer em 2010, para discutir a lei dos 30% da Alimentação Escolar

Selo da Economia Solidária

- informar e discutir nos Fóruns Estaduais a proposta com relação aos métodos e critérios de validação do selo a ser elaborada pela Coordenação Executiva

Conferência Nacional de Economia Solidária, de 16 a 18 de junho de 2010

- organizar processos de convocatória das conferências em cada estado

• definir quem convoca a Conferência Estadual até 26 de fevereiro de 2010

• estabelecer a composição da comissão organizadora estadual, até a primeira quinzena de março

• definição dos territórios e distribuição do número de participantes e delegados/as, até a primeira quinzena de março

- realização das Conferências Territoriais, até 4 de abril

- realização das Conferências Estaduais, até 1 de maio de 2010

- enviar relatório das Conferências Estaduais para Comissão Organizadora, até 7 de junho

- encaminhar sugestões de MS e organização para vagas nacionais segmentos II e III

A totalidade de encaminhamentos desta reunião serão encaminhados em breve aos Fóruns Estaduais pela Coordenação Nacional do FBES, junto com um documento com um balanço das principais ações realizadas pelo FBES em cada uma das 6 linhas estratégicas de ação do FBES em 2009, linhas estas que foram determinadas pela Coordenação Nacional em dezembro de 2008.

Concluímos esta reunião com os espíritos renovados e animados para os grandes desafios, conscientes de nossa responsabilidade e compromisso com o fortalecimento do movimento de Economia Solidária no país.

Viva a Economia Solidária!

Viva o dia nacional da Economia Solidária!

Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária

Goiânia/GO, 15 de dezembro de 2009

Publicado na página: www.fbes.org.br

INSCRIÇÕES PARA O ACAMPAMENTO INTERCONTINENTAL DE JUVENTUDE - FSM 10 ANOS




MAIS INFORMAÇÕES ENTRE NA PÁGINA DO AIJ-FSM 10 ANOS: http://acampamentofsm.org.br/


O acampamento ocorrerá entre os dias 23 e 29 de janeiro, na Sociedade Gaúcha Lomba Grande (rua Albano Germano Konrath, 1305, bairro Lomba Grande), em Novo Hamburgo.

Com o tema central “Os Movimentos em Movimento”, o acampamento desenvolverá três eixos temáticos específicos: Educação, Saúde e Participação Social; Desenvolvimento Sustentável e Democracia Participativa; e Agricultura Familiar e Orgânica. Eles serão distribuídos em sete espaços temáticos dentro do parque e outros quatro Espaços de Livre Ocupação (ELOs), que serão montados nos bairros Santo Afonso/Liberdade, Boa Saúde, Canudos, Kephas/Roselândia.
Local.

A escolha da Sociedade Gaúcha como sede para o acampamento aconteceu por se tratar de área pública e por estar situada no bairro Lomba Grande, que divide as zonas urbana e rural de Novo Hamburgo. A localidade é conhecida por manter atividades de agricultura familiar orgânica, além de abrigar muitos jovens defensores da agroecologia, fatores que deverão facilitar a integração entre o campo e a cidade, um dos objetivos do FSM 2010.
Conforme o Comitê Organizador do AIJ, projeta-se para esta edição a participação de aproximadamente 10 mil ativistas do mundo todo, com destaque para a América Latina. O grande objetivo do encontro, de acordo com a arquiteta e responsável pelo GT de Infraestrutura, Gabriela Gluitz, é propiciar práticas e vivências alternativas, relacionadas aos inúmeros assuntos que permeiam o cotidiano da juventude. “Também pretendemos fortalecer a integração entre o campo e a cidade, acabando com o preconceito e o estereótipo de que quem vive fora da zona urbana”.

FEIRA DE TROCAS EM JANEIRO E FEVEREIRO DE 2010

FEIRA DE TROCAS - JANEIRO E FEVEREIRO DE 2010

30/01/2010 – CECCO Santo Amaro, Clube de Trocas moeda social Talento
Local Rua Pe Jose Maria, 555 – Santo Amaro – São Paulo – SP.
Referencia: do lado do Terminal Santo AmaroFeira de trocas das 10:00 as 14:00.

07/02/2010 – Clube de trocas no GOTI Endereço: Rua Delfin do Prata, 15 A – Santa Terezinha – Pedreira –Santo Amaro - SP.Feira de trocas das 14:00 as 16:00h.

14/02/2010 - Clube de Trocas do Jd. Ângela e Capão Redondo
Horário: 13h as 17h
Local: Associação Sonia IngáEndereço: R. Felipe Manara, 13 - Jd Sonia Ingá

20/02/2010 - Feira de trocas das 10 as 17 horas na Rua Dr. Lund, 361 – ponto dereferencia de baixo do Viaduto Gricério – Centro São Paulo.
Teremos nesta feira de trocas 7 Empreendimentos solidários,oferecendo valor estimado a R$ 1.000,00 em produtos a base de trocas,entre os produtos, doces, salgados, bijuterias, bolsas, cachecóis,mudas e plantas, outros participantes desta feira, também estarãooferecendo outros produtos

27/02/2010 – CECCO Santo Amaro, Clube de Trocas moeda social Talento
Local Rua Pe Jose Maria, 555 – Santo Amaro – São Paulo – SP.
Referencia: do lado do Terminal Santo AmaroFeira de trocas das 10:00 as 14:00

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