Por: Vinicius Morende (vinicius@abcdmaior)
Cerca de 400 trabalhadores da unidade argentina da Mahle, na cidade de Rosário, ocupam a fábrica há mais de dois meses, desde que o grupo alemão anunciou o fechamento das atividades na província de Santa Fé. Os metalúrgicos mantêm bloqueio no portão da companhia de autopeças até que haja alguma definição sobre o futuro dos postos de trabalho e da fábrica. A Mahle tem uma unidade em São Bernardo.
Cerca de 400 trabalhadores da unidade argentina da Mahle, na cidade de Rosário, ocupam a fábrica há mais de dois meses, desde que o grupo alemão anunciou o fechamento das atividades na província de Santa Fé. Os metalúrgicos mantêm bloqueio no portão da companhia de autopeças até que haja alguma definição sobre o futuro dos postos de trabalho e da fábrica. A Mahle tem uma unidade em São Bernardo.
Aproximadamente 560 trabalhadores foram demitidos da fábrica de Rosário. Nas primeiras semanas após o anúncio, chegou-se a cogitar que as atividades da fabricante de anéis para pistões seriam trazidas para as unidades da Mahle no Brasil.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Sérgio Nobre, caso se configure, a situação é típica do sistema capitalista internacional. “As empresas deixam países em busca de condições diferentes, que atendem melhor suas necessidades, e não estão nem aí para os trabalhadores e suas famílias”, afirma.
Nobre lembra que durante a crise automotiva, na década de 1990, a Região passou por processo semelhante ao que acontece na autopeça argentina. “As economias deveriam se complementar, não estarem em conflito umas com as outras”, disse. “Por isso, os metalúrgicos da Região prestam solidariedade total aos companheiros da Mahle de Santa Fé.”
Autogestão - Com o apoio do Ministério do Trabalho argentino, os trabalhadores demitidos da companhia de autopeças também avaliam a possibilidade de ocuparem em definitivo as atividades da Mahle de Rosário. No caso, os antigos funcionários poderiam se tornar cooperados e assumir a produção da fábrica parada.
Isso porque, de acordo com os sindicatos metalúrgicos locais, a produção da companhia estava sendo retomada quando a decisão de fechar foi anunciada. Para o presidente da Federação Argentina de Cooperativas de Trabalhadores Autogestionados, José Abelli, a situação é vista como uma possibilidade viável.
“Na hora da crise, não se pode jogar a conta nas costas do trabalhador”, aponta Abelli, indignado com a situação. Vale destacar que o ABCD tem a Uniforja como o maior caso de sucesso do processo de autogestão de trabalhadores em metalurgia. A cooperativa é hoje a maior fabricante de flanges e conexões de aço forjado da América Latina.
Os trabalhadores da Mahle devem pôr em funcionamento nos próximos meses o coletivo internacional da companhia. Com a notícia do fechamento da unidade argentina, aumenta ainda mais a necessidade de organização. “Através do coletivo podemos proteger melhor o emprego nas unidades ao redor do mundo”, apontou Nobre.
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