quinta-feira, 26 de março de 2009

1º Fórum de Integração Cooperativista (FICoop) - Americana/SP

FICoop terá apresentação de exemplo de economia solidária

O Fórum de Integração Cooperativista (FICoop), que será realizado na Câmara Municipal de Americana no dia 31 de março a partir das 18h, terá como palestrante principal o coordenador do Instituto Banco Palmas e da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, João Joaquim de Melo Neto Segundo. Haverá também a apresentação de cases com as experiências de cooperativas de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa.
O Banco Palmas é uma instituição de crédito montado pela Associação dos moradores do bairro Conjunto Palmeiras, de Fortaleza (CE), com apoio de ONG’s (Organizações Não Governamental).
Ele é uma referência em empreendimentos bem sucedidos de economia solidária: com o Banco, o bairro passou a ter moeda própria. No local, tudo pode ser adquirido com o "Palma". O dinheiro é alternativo e de uso exclusivo no Banco Palmas. “Essa experiência do Palmas é um exemplo a ser seguido por qualquer empreendimento solidário.
Certamente o palestrante Joaquim de Melo, contribuirá muito com as cooperativas que participarão do evento”, afirma o vereador Marco Antonio Alves Jorge (PDT), o Kim, autor do requerimento que propôs o Fórum no município.
Fórum
O FICoop terá uma abertura solene com as autoridades presentes e um representante da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo).
Em seguida serão apresentados cases de experiências das cooperativas de Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa, finalizando com o palestrante João Joaquim de Melo Neto Segundo. Kim ressaltou que cooperativas de diversas cidades da região e da capital foram convidadas a participar. “Nosso objetivo é integrar esses empreendimentos de economia solidária para o fortalecimento do setor”, explica.
O palestrante
João Joaquim de Melo Neto Segundo, 46, filho de pai andarilho, nasceu em Recife e viveu em Belém. Aos 22 anos se mudou para periferia de Fortaleza com o objetivo de ser padre e trabalhou em um lixão. Joaquim abandonou a batina, porém antes prometeu ao cardeal que dedicaria sua vida aos pobres e cumpre isso até hoje no Conjunto Palmeira, a 18 km da capital.
Ele acredita que não há pobres, mas sim pessoas que empobrecem. Por isso, desenvolveu um sistema econômico local de enfrentamento da pobreza. Em 1998, criou o primeiro banco comunitário de finanças solidárias do país, o Palmas. Joaquim explica que o Conjunto Palmeira tinha sua riqueza, mas todo dinheiro que entrava saía, como em um balde furado.
O pressuposto do banco comunitário é ser a rolha do balde. “Existia um desafio, desenvolver a economia do bairro a partir da criação de uma rede de “prossumidores” (produtores e consumidores)”, lembra. Para fomentar a geração de renda, foram lançados instrumentos como crédito com garantia baseada na palavra da vizinhança, suporte à criação de empresas comunitárias e qualificação profissional. Outra inovação é da moeda social local, o palma, que circula apenas na comunidade-alvo do banco, a fim de estimular a poupança interna.

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